Mostrando postagens com marcador José Serra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador José Serra. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Senado aprova projeto de Serra contra Petrobras com anuência do governo – em troca de quê?


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Sessão foi conduzida por Renan Calheiros, presidente do Senado

Por 40 votos a 26 o Senado aprovou o projeto de José Serra na noite de hoje, como queriam a Chevron, a Shell e outras multinacionais do petróleo, e, caso a Câmara confirme a votação, acaba a participação obrigatória da Petrobras na exploração do petróleo da camada  do pré-sal.

O registro do senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, em sua conta no twitter, é a mais pura verdade. De maneira nenhuma o PLS 131/2015 teria sido aprovado, muito menos com tamanha folga, sem, no mínimo, a anuência do governo.



Assim, os sonhos vão acabando, um a um.

Em sua defesa do voto contra o projeto de Serra, Requião lembrou que “o Wikileaks assegurou que o senador Serra havia prometido (à petroleira Chevron) acabar com o domínio do setor pela Petrobras”.

O senador estava se referindo a notícia conhecida, de 2009, divulgada até na “grande imprensa”, segundo a qual, de acordo com o site Wikileaks, Serra teria prometido a uma representante da petroleira Chevron que, se vencesse as eleições em 2010, mudaria a legislação que rege as regras do pré-sal. Serra respondeu no plenário que isso é uma “infâmia”. 

Mas o fato é que ele está a um passo de conseguir fazer seu projeto virar lei.

Resta saber o que, nos bastidores, foi negociado. O que o governo ganha com isso? A julgar pela importância do negócio, não deve ser pouca coisa.

sábado, 12 de abril de 2014

Juvenal Juvêncio, o fabricante de manchetes, detona José Serra



As entrevistas de Juvenal Juvêncio são impagáveis, como mostra o trecho acima. O presidente do São Paulo é um personagem polêmico. Odiado por muitos, acusado de ser um fanfarrão e de se eternizar no poder como presidente do São Paulo, o dirigente, hoje com 82 anos, porém, tem uma virtude amada por jornalistas. Como escreveu o Sérgio Xavier Filho, da Placar, "basta colocar o microfone à sua frente. Juvenal é manchete garantida".

Na entrevista que deu ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, que vai ao ar na terça-feira, 15 de abril, o cartola detona José Serra ao contar a história dos porquês políticos que, segundo ele, impediram que o Morumbi fosse o estádio para sediar jogos da Copa do Mundo em São Paulo. Fala de Lula, de Kassab...

José Serra, furioso, emitiu na terça-feira (8) uma nota desmentindo Juvenal. "Sempre apoiei que a abertura da Copa fosse em São Paulo e no estádio do Morumbi. As afirmações em contrário de Juvenal Juvêncio além de desconexas são falsas", disse o simpático tucano. Tá bom.

Por tudo isso é verdade que, como disse o amigo Flávio Fraschetti
no Facebook, com sua ironia costumeira, "pior que esse cara vai fazer falta". É fato.

quarta-feira, 20 de março de 2013

José Serra na encruzilhada


Especulações dão conta de que José Serra não aceitaria nada menos do que a presidência do PSDB, na convenção nacional que se realizará em maio, para não deixar o partido. Para ele, a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), centro de estudos da legenda, seria obviamente muito pouco. Mas Serra, especula-se, teria planos de deixar o PSDB não para disputar a presidência, e sim o governo do estado de São Paulo. A presidência do partido deverá ser destinada a Aécio Neves, como deseja o presidente da legenda Sérgio Guerra e outros caciques.

Ontem, Aécio, o nome da preferência de oito entre dez tucanos (exceto São Paulo) à candidatura à sucessão da presidente Dilma Rousseff, se reuniu com o governador paulista Geraldo Alckmin. Na segunda, havia se reunido com o próprio Serra.

O senador de Minas declarou sobre a reunião com Serra, segundo matéria do Estadão (o jornalão se esforça para fazer crer que a paz reina nas hostes tucanas): "Foi uma conversa de convergência. Não houve nenhum tipo de exigência, embora Serra tenha credenciais para ocupar qualquer espaço no partido", disse o senador, mineiramente.

A questão é: as coisas não estão nem um pouco fáceis para Serra. Se ficar no PSDB, terá de encarar 80% dos tucanos, nacionalmente, para viabilizar uma tentativa de se recandidatar à presidência. Se as especulações procedem e ele estiver planejando sair do partido para tentar encarar Alckmin, com toda a estrutura partidária que este tem e o apoio maciço dos correligionários do interior do estado ao governador, seu caminho será igualmente difícil. Alckmin, disse a mesma matéria do Estadão, convidou Aécio para um café na semana que vem. "O café estará no bule, aguardando-o. Vamos saborear a sabedoria mineira do Aécio", disse o governador paulista. A batata de Serra está assando.

Serra está numa encruzilhada. Ou ele se conforma em disputar uma vaga ao Senado em 2014, ou talvez tenha de se contentar futuramente com algo mais modesto. A presidência do Palmeiras, quem sabe.

sábado, 27 de outubro de 2012

Fernando Haddad e José Serra no debate da Globo: nada de novo no front


Foto: Paulo Pinto/Campanha Haddad
Sempre o debate da TV Globo é o mais chato. Não é mera implicância. É um formato muito "limpo", tecnologicamente "perfeito” e, consequentemente, frio, às vezes quase enfadonho. Você vê o candidato lutar contra o tempo para conseguir concatenar ideias. Um debate em estilo norte-americano. O tempo que os candidatos têm para perguntar e responder é tão curto que tudo parece virar uma espécie de assepsia jornalística.

Por conta disso, o debate da Globo entre Fernando Haddad e José Serra é mais difícil de avaliar do que os anteriores, do Uol/SBT e da Band. Mas, ironicamente, é o de maior audiência.

Seja como for, destaco no debate o cinismo de Serra e a tentativa de Haddad de tentar debater alguma coisa em termos de propostas concretas para a cidade. Como disse Haddad na quinta-feira (25), no último ato público da campanha, na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade (região central), em evento dedicado às comunidades da cultura e da educação, Serra não faz “o jogo leal e honesto da apresentação de propostas, da comparação de modelos e modos de governar. É a prática sorrateira, o rumor e o boato”.

(Por falar nisso, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mencionou no evento na Casa de Portugal o boatos plantado pela campanha serrista segundo o qual o Enem seria cancelado. “Por que eles combatem tanto o Enem? O que resta a eles [aliados de Serra] é a sabotagem”, disse o ministro. Ele afirmou que o exame, marcado para os dias 3 e 4 de novembro, vai acontecer sem problemas.).

E assim foi no debate global desta sexta-feira, no qual Serra sorrateiramente sempre tentou inserir a questão do “mensalão” e atribuir a Haddad propostas que ele nunca fez, como acabar com as parcerias com organizações sociais na saúde, para causar medo e pânico na população.

Sobre “mensalão’, Haddad respondeu: “Serra, mais do que eu, talvez você pudesse responder, porque isso começou em Minas Gerais com o PSDB”, quando o tucano introduziu seu tema preferido, lembrando ainda que o “mensalão tucano” não foi julgado pelo STF (ah, o STF).

Um ponto alto foi quando Serra mencionou seu programa “Mãe Paulistana” como um exemplo de política pública para a mulher e Haddad retrucou: "Na minha opinião, o candidato José Serra tem uma visão muito restrita da mulher. Ele vê a mulher apenas como gestante”, para tentar explicar no exíguo tempo global que políticas públicas são mais complexas do que oferecer o parto à mulher.

Outro momento digno de nota foi sobre educação, quando Serra disse que o professor precisava ser reciclado. “Educação não é propriamente sua área – disse Haddad -, professor não é reciclado. Tô te orientando pra você não cometer esse deslize novamente”.

Enfim, fico por aqui. Na certeza de que a proposta da candidatura petista representada por Fernando Haddad vai ser consagrada nas urnas. Como disse o petista no ato já mencionado na Casa de Portugal, na quinta-feira: a proposta de “reconciliar a periferia com o centro, mas sobretudo reconciliar essa cidade com o que está acontecendo no Brasil. É isso que nós precisamos fazer: redimir, libertar São Paulo. E o dia da libertação de São Paulo está com data marcada. É 28 de outubro”.

domingo, 21 de outubro de 2012

O comício de Fernando Haddad (com Lula e Dilma) na Portuguesa


Mais do que ficar falando, reproduzo abaixo algumas aspas do comício do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, na companhia da presidente Dilma Rousseff e do presidente Lula, no ginásio da Portuguesa de Desportos, realizado no início da noite deste sábado, 20 de outubro, no qual eu estava profissionalmente.


                                                                Paulo Pinto/Divulgação
Dilma, Haddad e Lula em comício no ginásio da Portuguesa


Fernando Haddad:

- Muitos analistas políticos disseram que não estaríamos no segundo turno. Nós não só estamos no segundo turno, como temos chances concretas de ganhar a eleição. Só não podemos cometer um erro, que é o erro de achar que a eleição está ganha uma semana antes. É o único erro que nós não podemos cometer. Porque agora temos um adversário que entra em campo na última semana. É a mentira (...). É preciso fazer um trabalho na última semana casa a casa, parente a parente, para não deixar a mentira corroer o trabalho que fazemos desde janeiro.


Presidente Lula:

Sobre Haddad:

- Nós vivemos o momento mais importante da história de uma candidatura do PT aqui em São Paulo. O fenômeno que está acontecendo com este companheiro é mais importante do que aconteceu com a Marta quando ganhou, do que aconteceu com a Erundina, porque este companheiro, no conceito dos adversários, era apenas um poste. Mas eles esqueceram que o transformador pra fazer esse poste iluminar São Paulo é o povo da cidade de São Paulo.


Sobre José Serra:

- Jurava amor ao povo da Mooca, jurava amor ao povo de São Paulo. Ele não esperou a primeira enchente e caiu fora pra ser candidato a governador. Tem uma sede de poder inigualável.

- [Serra] Voltar a querer ser prefeito de São Paulo é achar que o povo é tonto.

- Daqui a pouco ele vai aparecer babando de ódio na televisão. Mas não tem que dar resposta a ele, tem que dar resposta ao povo de São Paulo.

Devia ficar quieto e disputar com essa aqui [dirigindo-se a Dilma] em 2014, ou tentar em 2018, em 2030, 2040.


Sobre FHC:

- Em 1985 sentou na cadeira de prefeito antes de ganhar as eleições. Sentou na cadeira, tirou foto e no dia que abriu as urnas o prefeito era o Jânio.


Presidente Dilma Rousseff:

Sobre o baixo nível de Serra:

- O que Haddad está passando eu passei na minha eleição.

- Os argumentos que foram usados contra mim são muito parecidos com os que estão sendo usados, sorrateiramente, às vezes, contra o Fernando Haddad.

- Durante toda a campanha presidencial, disseram primeiro que eu era um poste. Depois disseram que eu não tinha competência para governar. Usaram todos os argumentos contra mim. A mesma campanha de baixo nível que fizeram contra mim, fizeram contra Haddad.


Marta Suplicy (ministra da Cultura):

- Vamos democratizar a cultura. Vamos levar cultura à periferia.


Gabriel Chalita (candidato derrotado do PMDB à prefeitura de São Paulo):

- É muito bom estar nessa campanha. É muito bom estar com o presidente Lula. É muito bom estar com essas pessoas que têm sensibilidade social.


Michel Temer (presidente do PMDB e vice-presidente da República):

- Haddad será o novo prefeito de São Paulo no próximo domingo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Fernando Haddad e José Serra no SPTV



Seguem abaixo, para os leitores deste blog que são de São Paulo e os que não são, as duas edições do SPTV, da TV Globo, que vai ao ar diariamente às 19 horas, com os candidatos à prefeitura da capital paulista, José Serra (ontem) e Fernando Haddad (hoje, quarta-feira, 17).

Notem a diferença de abordagem do âncora Carlos Tramontina na condução das entrevistas. Ao tucano Serra ele dirige as questões com uma cordialidade eu diria quase antijornalística; ao petista Haddad, pelo contrário, nenhuma pergunta foi mansa. Mesmo assim, me parece, Haddad pôs Tramontina e a Globo no bolso.

Em tempo, se estão corretos os números do Ibope divulgados hoje, que dão 60% a 40% de vantagem a Haddad em votos válidos, o petista está virtualmente eleito.

Vejam as duas entrevistas:


Com José Serra (PSDB) - 16/10/2012





Com Fernando Haddad (PT) - 17/10/2012

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Serra e Kennedy Alencar na CBN: mais um capítulo da série tucano versus imprensa


Mais uma vez o tucano José Serra armou um barraco ao ouvir uma pergunta desagradável de um jornalista. Desta vez, o caso, mais um a demonstrar o comovente apreço de Serra pela liberdade de imprensa, se deu em entrevista ancorada por Fabíola Cidral, na CBN, na manhã desta terça-feira (16), e envolveu Kennedy Alencar, colunista da Folha de S. Paulo, titular da coluna "A Política Como Ela É", da CBN, e também da RedeTV!

Serra ficou muito irritado com a seguinte pergunta de Kennedy Alencar: “Nessa campanha de 2012 – a exemplo de 2010, quando o senhor apresentou o tema do aborto, com posicionamentos de modo moralista –, o senhor apresenta nesta campanha o apoio de uma direita intolerante, como o pastor Silas Malafaia, que disse que homossexualidade é doença e não orientação sexual. Eu pergunto ao senhor: a sua atitude é uma contradição por uma conveniência eleitoral ou o senhor se tornou um político conservador e mudou de ideia?”

Veja, ou melhor, ouça a reação do candidato do PSDB:



Leia mais:

Sem vergonha é a visão tucana do que significa liberdade de imprensa

Heródoto Barbeiro sai do Roda Viva após questionar Serra sobre pedágio

Os casos Serra versus jornalistas na eleição de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

São Paulo deve eleger Fernando Haddad


Enquanto o candidato petista, com 12% de vantagem nas pesquisas em votos válidos, recebe a adesão do PMDB de Gabriel Chalita e herda a maior parte dos votos de Russomanno, o tucano ganha o apoio de PTB e PDT e declarações homofóbicas do pastor Malafaia


A eleição em São Paulo está longe de se definir. Mas a eventual vitória de Fernando Haddad já pode ser vislumbrada no horizonte. Se vier a acontecer, será uma resposta histórica e inédita das urnas ao lacerdismo golpista redivivo que assola o Brasil, amparado pelo circo do julgamento do “mensalão” a fornecer manchetes cotidianas à mídia, que, por sua vez, infelizmente para ela e felizmente para o Brasil, vê sua prepotência reacionária malograr diante das mesmas urnas que julga poder influenciar.

                                                                                        Divulgação
Gabriel Chalita e o PMDB declaram apoio a Haddad na quinta, 11

As boas notícias para a candidatura Haddad se sucederam nos últimos dias, a começar da eleição de domingo, quando ele, que nunca havia chegado ao segundo lugar nas pesquisas do instituto da família Frias, teve 1.776.317 votos (28,98%), contra 1.884.849 (30,75%), diferença de pouco mais de 100 mil votos.

A segunda ótima notícia foram as primeiras pesquisas do segundo turno dando de dez a onze pontos de vantagem de Haddad sobre Serra. Se estiverem corretas, são uma boa vantagem, mas não se pode achar que já ganhou. Isso porque, sendo apenas dois candidatos, a cada ponto que Serra tirar, a diferença cai em dobro. No Ibope, Haddad lidera com 48% a 37% e, em votos válidos, por 56% a 44%, 12 pontos de dianteira nos votos válidos. Então, Serra teria de subir seis pontos sobre Haddad, que cairia seis e a disputa estaria empatada. Mas é uma tarefa inglória para o tucano.

Inglória pelo cenário todo, que favorece o crescimento ou pelo menos a manutenção da liderança do petista.

1) O “grande acordo” (palavras do vice-presidente da República Michel Temer) entre PT e PMDB anunciado ontem e a entrada na campanha de Gabriel Chalita é um fator fundamental. Claro que a transferência de votos não é automática.

Mas o acordo histórico que PMDB e PT não conseguiam fechar em São Paulo desde 2004 é politicamente relevante e isola Serra – que já tem uma rejeição estratosférica – ainda mais. No anúncio, Temer ressaltou que seu partido e Chalita apoiarão a campanha petista "fortemente". Já o tucano conseguiu o minguado apoio do PTB e do PDT. Com a “neutralidade” do PRB e de Russomanno, a tendência é de que os votos deste sejam majoritariamente do PT: segundo o Datafolha, entre os que declaram ter votado em Celso Russomanno (PRB) no primeiro turno, 56% dizem preferir Haddad e apenas 25% Serra.

2) Enquanto o apoio de Chalita deve facilitar que milhares de votos católicos migrem para Haddad, Serra usa o pastor pentecostal Silas Malafaia, um homofóbico fundamentalista (ou seja, “o submundo da política”, nas palavras de Haddad), para atacar o candidato do PT. Malafaia usou o “kit gay” como tema de seu perfil no Twitter, dizendo anteontem: “Neste segundo turno em SP, vote em Serra 45. Haddad é autor do kit gay!”

Na coletiva de ontem, quando o PMDB anunciou o apoio ao PT, Haddad foi perguntado sobre os ataques moralistas de Serra e o pastor e deu sua resposta: “Espero que possamos fazer um debate pela cidade, deixar de lado essa coisa de 'eu arrebento’ (...) Ele [Serra] trouxe do Rio um pastor pra me ofender. Se ele continuar fazendo isso, eu posso responder também. Vamos ter vários debates. Se ele quiser pontuar nisso num debate, ele pode fazer, se for do interesse dele, mas eu não posso responder ao submundo da política (...), se ele quiser pautar o debate sobre tolerância, intolerância, estou disposto a conversar. Mas tem que ser ele. Não pode ser por um preposto”, disse Haddad.

PT no Brasil

Com “mensalão”, Supremo Tribunal Federal e manchetes diárias e tudo o mais, o PT foi o partido mais votado no país no primeiro turno das eleições municipais: somou 17,3 milhões de votos (4,2% a mais do que em 2008). O PMDB foi o segundo, com 16,7 milhões de votos, mas caindo 10% em relação à eleição anterior.

Já o PSDB, aliado do “mensalão” e do ministro do STF Joaquim Barbosa, caiu em relação a 2008 e teve 13,9 milhões de votos nas eleições de domingo, contra 14.6 milhões em 2008, queda de 4,8%.

O PT conquistou um total de 624 prefeituras, 12% a mais do que as 558 em 2008. Número que vai aumentar, já que o partido ainda disputa 22 prefeituras no segundo turno.

Grande SP

O mais simbólico de tudo aconteceu em Osasco. Lá, onde o PT precisou substituir às pressas o candidato João Paulo Cunha, condenado na Ação Penal 470, o “mensalão”, o povo respondeu elegendo Jorge Lapas. Ironia do destino, o tucano Celso Giglio, que tinha sido impugnado pelo TRE-SP por unanimidade, viu ontem o TSE confirmar também unanimemente (7 a 0) a decisão do tribunal paulista e o petista Lapas é o novo prefeito da cidade. Se Haddad ganhar na capital, será uma vitória mais do que espetacular e histórica.

São Paulo e Osasco, com 11,3 milhões e 700 mil habitantes respectivamente, poderão pela primeira vez na história governar juntas com governos populares, revolucionar a região oeste da Região Metropolitana de São Paulo.

Em São Bernardo, Luiz Marinho se elegeu no primeiro turno com 65.79% dos votos, dois terços do eleitorado.

Em Carapicuíba, o prefeito petista Sérgio Ribeiro ganhou de lavada.


Veja Fernando Haddad e Gabriel Chalita no encontro em que o PMDB anunciou seu apoio à candidatura petista, na quinta-feira, 11, no escritório político de Michel Temer, e entrevista de Chalita:



*Atualizado às 02:20

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PT e PSDB reeditam velho duelo em São Paulo

Divulgação
Haddad em coletiva na noite deste domingo, 7
Com a derrocada do chamado fenômeno Celso Russomanno do PRB e da Igreja Universal do Reino de Deus, o velho duelo PT x PSDB volta a dominar uma eleição em São Paulo. Duelo que também significa a mudança versus a manutenção de um status quo perverso que mergulha a cidade na desesperança.

Como tenho insistido na questão das pesquisas, principalmente do instituto Datafolha, cabe destacar a diferença entre os números divulgados ontem à noite e os verificados nas urnas na eleição de hoje.

O Datafolha deu ontem 2,75% a menos a Serra do que ele teve na urna. Na pesquisa, ele tinha 28% dos votos válidos (na eleição, 30,75%). Para Haddad, o erro para menos foi de quase 5% (mais exatamente 4,98%: 24% no estudo e 28,98% na urna). Já a Russomanno, o instituto da família Frias errou para mais, mas muito para mais: deu-lhe 27%, mas ele só recebeu 21,6% dos votos válidos. A diferença de 5,4% representa cerca de 380 mil votos. Talvez porque bater Russomanno seria mais fácil para Serra? Mas deixemos as teorias da conspiração para lá.
Antonio Cruz/ABr
O tucano teve quase 31% dos votos válidos
A verdade é que seria mais fácil tanto para Haddad quanto para Serra vencerem Russomanno. Tanto o petista quanto o peessedebista teriam a esmagadora maioria dos votos católicos e com certeza do empresariado paulistano temeroso de ver a cidade se aprofundar nas trevas ainda mais escuras do que sob Kassab atualmente.

Com Serra na parada, Haddad não terá esses apoios com tanta facilidade, pelo menos a parcela mais conservadora deles. Mas terá a favor a tremenda rejeição da dupla Serra-Kassab. E contra, a mídia e a exploração do mensalão.

O capital eleitoral de Celso Russomanno (1.324.021 votos) e do peemedebista Gabriel Chalita (833.255) soma 2.157.276, que serão disputados com unhas e dentes já a partir desta segunda-feira.

Osasco

Além da eleição paulistana que leva Haddad ao segundo turno com votação que nenhuma pesquisa registrou, boa notícia, entre muitas outras, vem de Osasco. O candidato do PT, Jorge Lapas, tem 60% dos votos válidos. A votação do tucano Celso Giglio não foi contabilizada. Mas lá está muito conturbado. Estou muito cansado para explicar tudo. Você pode entender melhor lendo aqui.

sábado, 6 de outubro de 2012

Diferença entre Ibope e Datafolha está na manipulação da margem de erro


As duas últimas pesquisas mais esperadas na véspera da eleição municipal foram divulgadas. Datafolha e Ibope, este há alguns minutos. O instituto do Grupo Folha da família Frias mantém a aparente manipulação da margem de erro. Não tem vergonha mesmo, vai até o fim em sua aposta. Coerente. Trabalha por Serra.

A diferença entre ambos os levantamentos é muito significativa, dado o equilíbrio da disputa. Vejam os números de intenção de voto e rejeição de Ibope e Datafolha deste sábado 6 de outubro.

Intenção de voto:

Ibope

Celso Russomanno (PRB) – 22%
Fernando Haddad (PT) – 22%
José Serra (PSDB) – 22%
Gabriel Chalita (PMDB) – 11%
Soninha (PPS) – 4%

Datafolha

José Serra (PSDB) – 24%
Celso Russomanno (PRB) - 23%
Fernando Haddad (PT) – 20%
Gabriel Chalita (PMDB) – 11%
Soninha (PPS) – 4%

Índice de rejeição dos candidatos que podem ir ao 2° turno:

Ibope

Serra - 39%
Haddad - 22%
Russomanno - 22%

Datafolha

Serra - 42%
Russomanno - 30%
Haddad - 25%

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Russomanno, Haddad e Serra. Tudo pode acontecer


Foto: Eduardo Maretti
Candidato do PRB: do céu ao inferno?
Segundo divulgado nas redes sociais nesta sexta-feira (5), o tracking diário do PT mostra um inacreditável e rigoroso empate entre os três principais candidatos à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), a dois dias da eleição. Os três estariam com 22% das intenções de voto. Algo inimaginável há alguns dias. Até então, as apostas eram sobre quem seria o adversário do candidato da Igreja Universal do Reino de Deus no segundo turno. Hoje, já se fala que é cada vez mais possível que Serra e Haddad sejam os escolhidos pelo eleitor para avançar.

Haddad tem contra si alguns fatores conjugados, com destaque para dois: o circo do julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal, curiosamente coincidente com a eleição, uma verdadeira fábrica de manchetes a alimentar a mídia paulista na semana decisiva; e as pesquisas dos grandes institutos, principalmente Datafolha, para o qual parece impossível Haddad estar à frente de Serra. Sabe-se que o eleitor menos politizado tende a escolher candidatos que disputam a liderança e o Datafolha já protagonizou histórias obscuras, como se pode lembrar aqui.

É provável que no levantamento que será divulgado amanhã, sábado, o instituto do Grupo Folha tenha que fazer algumas correções, aproximar-se mais da realidade. Segundo o Datafolha de três dias atrás, Russomanno teria 25% (queda de 10 pontos em 15 dias), contra 23% de Serra e 19% de Haddad, apenas 8 acima de Chalita, com 11% (estranho). É muito difícil acreditar que Serra tenha vantagem de 4 pontos sobre Haddad com sua enorme rejeição (45%, contra 26% tanto do petista como do perrebista). Amanhã também será divulgada pesquisa Ibope. Ambos os institutos devem cravar empate técnico entre os três. Ou seja, vão deixar o mistério para as urnas resolverem, pois esta eleição se tornou imprevisível.

Ao que parece, um dos motores da impressionante derrocada de Russomanno seria o movimento dos católicos, que estariam roubando seus votos e pulverizando-os entre Serra, Haddad e Chalita. A favor de Haddad, o fato de que Russomanno está sangrando nas regiões leste 2 e sul 2, onde o PT historicamente vence.

O estranho no Datafolha é que Russomanno caiu 5 pontos na leste 2 em uma semana, mas Haddad subiu ali apenas um, contra 5 de Serra. Mesmo com comício com a presença de Lula e Dilma em Itaquera/Guaianases, redutos do PT? Hum, muito estranho (o comício aconteceu dia 1° e a pesquisa realizada dias 2 e 3). O mesmo ocorre na região sul 2: queda de Russomanno e subida maior de Serra do que Haddad. Estranho...

Seja como for, a militância do lado petista pode ser decisiva nos últimos dois dias, assim como a estrutura partidária que tanto Serra quanto Haddad têm, e Russomanno não. Ouvi de petistas hoje que Serra seria menos pior do que Russomanno. Mas isso fica para outro post.

PS [*às 14:06] - O tracking do PT de hoje, sábado, 6, dá Haddad com 23%, Russomanno com 22%, Serra com 21%.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Não acredito em bruxas nem em surpresas das margens de erro, mas que las hay...



Por Paulo Donizetti de Souza (Revista do Brasil)
na Rede Brasil Atual

No início da tarde [de quarta-feira, 3], circulou em alguns sites o resultado de uma pesquisa telefônica diária feita por um instituto para o PT. O chamado “tracking” – sondagem diária feita, prática comum a todos os partidos que têm candidatos competitivos – ratificava a queda de Celso Russomanno, do PRB, atribuindo-lhe 29% das intenções de voto. Em segundo aparecia o petista Fernando Haddad, com 21%, seguido pelo tucano José Serra, com 16%.

No início da noite, veio o resultado do Datafolha: 25% para Russomanno, 23% para Serra e 19% para Haddad. Ambos acusaram também um leve movimento de subida de Gabriel Chalita (PMDB), na casa dos 12%. A chamada “margem de erro” é de dois pontos para mais ou para menos.

O cenário faz lembrar a eleição para governador de 1998. Na sexta-feira, 2 de outubro, a dois dias da eleição, o instituto da empresa Folha da Manhã trazia Paulo Maluf folgado na liderança, com 31%, seguido pelo conservador Francisco Rossi (18%), o candidato do PSDB à reeleição Mario Covas (16%) e a petista Marta Suplicy (15%).

A tendência era causar um rebuliço no segmento do eleitorado que refutava a hipótese de ver Maluf e Rossi. E estimular uma movimentação em direção ao chamado voto útil. E o rebuliço se confirmou.

No domingo, Maluf fechou a votação com 32%. Covas acabou saltando para 22,95% e Marta, para 22,5%. Rossi acabou em quarto, com 17,11%. A pergunta é: seria possível, em três dias, Covas crescer 6 pontos e Marta avançar 7,5 pontos? (Rossi, curiosamente, ficou na margem de erro.) Ou será que havia indicadores de que Marta crescia mais do que Covas e poderia ser ela a mais forte concorrente a chegar ao segundo turno para enfrentar Maluf?

A seguir o “pânico” provocado pelo Datafolha, migraram mais votos de Marta para Covas. Para se ter ideia, bastaria a Marta permanecer com 38 mil desses votos migrados para que fosse ela a classificada.

Resta uma reflexão ao eleitorado que pretende votar em Fernando Haddad ou em Gabriel Chalita, possíveis vítimas de um suposto pânico em direção ao voto anti-Russomanno: seria o Datafolha, instituto vinculado ao jornal que age assumidamente como principal “partido de oposição” ao PT, capaz de manipular o resultado de uma pesquisa com vistas a beneficiar José Serra?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sobre as eleições na cidade de São Paulo


Esta é uma das eleições mais esquisitas da história recente da cidade de São Paulo.

Celso Russomanno, de um partido insignificante como era o partido de Fernando Collor nas eleições presidenciais de 1989, se aproveitou do vácuo deixado pela briga PT x PSDB e se cacifou de tal forma que hoje os partidos de Lula e de FHC sem veem na iminência de sequer ir ao segundo turno, e deixar o terceiro maior orçamento do país (atrás apenas do Brasil e do Estado de SP) nas mãos de um aventureiro.

Um aventureiro descendente do malufismo. Não podemos esquecer que destruir o malufismo era uma obsessão do PSDB de Mário Covas, causa abraçada por vários setores da “grande” imprensa paulista, o grupo Estado à frente, nos anos 90.

O tempo passou, e houve o catastrófico duplo mandato de Fernando Henrique Cardoso, cujo maior e tenebroso símbolo foi a venda da Vale do Rio Doce (ou seja, da riqueza do subsolo brasileiro, dos minérios, da terra do país), sob financiamento do Estado, leia-se BNDES. E depois veio o incrivelmente bem sucedido duplo mandato de Lula, cujos feitos são inegáveis na história do Brasil (não é intenção deste post enumerá-los), e continuam sendo sob Dilma Rousseff.

Podemos fazer críticas, como as que consideram que, com toda a popularidade e o poder que esta acarreta, Lula/Dilma poderiam ter avançado mais na tentativa de democratizar os meios de comunicação. Continuamos reféns dos podres poderes das poucas famílias que detêm o controle da mídia (Globo, Folha, Estadão, Abril, fora o loteamento de frequências de rádio e tv), que manipulam informações a seu bel prazer, mas continuam contando com gordas verbas publicitárias federais. Entra aí o Supremo Tribunal Federal, com o espetáculo sórdido e anti-republicano do julgamento do “mensalão”. Não tivemos, como a Argentina teve, uma Ley de Medios. Porém, devemos também reconhecer que o Brasil é um país muito mais complexo do que o país de Cristina Kirchner. Ponto para nós.

E, em que pese tudo isso (mídia, STF etc), o Brasil avança. Só em São Paulo é que as coisas insistem em se manter tradicionais, em se manter TFP, truculentas. Aqui ainda continuam acreditando que a Revolução Constitucionalista de 1932 foi progressista, quando na verdade foi a manifestação dos arquétipos paulistanos mais arraigados, reacionários e egoístas, provenientes da sociedade dos barões do café.

E por causa da rejeição da elite paulistana à classe trabalhadora, do ódio de classe que aqui viceja contra Lula e o que ele representa, do ódio racista de São Paulo, mais uma vez a capital está à beira do abismo, que, na atual conjuntura, representa Celso Russomanno, uma espécie de fusão entre o janismo e o malufismo.

Fernando Haddad e José Serra estão supostamente cabeça a cabeça para ir ao segundo turno contra o candidato do neomalufismo. Isso é o que dizem as pesquisas. Mas até que ponto se pode crer nas pesquisas?

No seu afã de combater o PT, Rede Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, STF, Veja etc. estão trabalhando por Serra contra Haddad. Ao que parece, Russomanno já está no segundo turno. Russomanno da Igreja Universal contra Serra da Globo. O "pior dos mundos". O problema para o grupo dos oligarcas ligados à Globo é que, se Serra for para o segundo turno, Russomanno será o prefeito. Não que com Serra seria melhor para São Paulo. A questão não é essa. A questão é que São Paulo, politicamente, com Serra ou Russomanno, continuará um lugar chato de se viver. Um lugar opressivo, "protofascista", como diz Marilena Chaui. E a oligarquia terá vencido aqui, mais uma vez.

sábado, 29 de setembro de 2012

Sem vergonha é a visão tucana do que significa liberdade de imprensa


Ao chamar o repórter da Rede Brasil Atual de “sem vergonha”, mais uma vez fica estampado, registrado e carimbado qual o verdadeiro apreço de José Serra pela “liberdade imprensa”. Assim mesmo, entre aspas. Ele e seus correligionários (pois a truculência não emana apenas de Serra) acham absolutamente normal que as impolutas Eliane Catanhêde e Miriam Leitão, entre muitas outras figuras, representem seus interesses em veículos de grande penetração.

Mas os que veiculam outras versões, esses são feitos por "sem-vergonhas", de acordo com a visão fascista que eles têm de liberdade de imprensa.

Veja o vídeo do ocorrido na tarde de ontem:


Liberdade de imprensa para Serra é a liberdade de mentir e não responder o que não lhe convém, e, diante de questões que não lhe agradam, retrucar ao repórter com a indefectível pergunta: “de onde você é?” E, se o profissional autor da pergunta que incomoda for de uma das empresas que o apoiam, ele exerce seu direito à “liberdade de imprensa” telefonando para os chefes de redação para pedir a cabeça do tal repórter desobediente.

No caso da Rede Brasil Atual, o tucano não pode ligar para o chefe da redação e pedir a cabeça do repórter. Então sua assessoria dispara uma nota para toda a imprensa dizendo que “O PT deu início (...) a uma nova e lamentável estratégia eleitoral em São Paulo. Enviou um repórter da Rede Brasil Atual (...) para tumultuar a coletiva de imprensa do candidato José Serra”. Nota que alguns portais da mídia tradicional que estão ao seu lado chegam a publicar na íntegra.

Os tucanos não admitem as novas mídias, aquelas que dão uma versão diferente da versão oficial que estão acostumados a divulgar como querem nos veículos que controlam, Folha, Estadão, Globo, Grupo Abril.

O que é sem vergonha é a visão tucana do que significa liberdade de imprensa.

xxxxx

Veja também, sobre o relacionamento de Serra com a imprensa:

Heródoto Barbeiro sai do Roda Viva após questionar Serra sobre pedágio

Os gestos de José Serra

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Voto no Serra porque...


Seção Recordar é Viver

Este vídeo foi publicado no YouTube em 2010, no processo eleitoral da campanha à presidência da República. A hashtag, que fez muito sucesso, era #votoserrapq. É muito atual. A galera que fez é da UnB. Pela assinatura do vídeo o perfil deles no twitter é @bras_e_des




terça-feira, 18 de setembro de 2012

Haddad parte para embate, Serra se esquiva e Russomanno sofre poucos ataques em debate


Da Rede Brasil Atual

São Paulo – Mais quente que os anteriores, o debate promovido na noite de segunda-feira (17) entre os candidatos à prefeitura de São Paulo marcou uma clara mudança de postura do petista Fernando Haddad, mais afirmativo, e a tendência de José Serra de se esquivar de confrontos, evitando apresentar perguntas aos rivais diretos.

O encontro não começou como se esperava. Com um formato inusitado, o primeiro bloco teve início com uma pergunta do jornalista Mário Sérgio Conti para todos os candidatos, que deveriam responder sobre o porquê da liderança de Russomanno, o que ensejou a oportunidade para todos os contendores apontarem suas armas ao candidato do PRB. A pergunta foi: "O que pensa da trajetória política e o perfil de Russomano e por que ele lidera as pesquisas?"

O encontro foi promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, pela TV Cultura e pelo YouTube em um teatro no centro da capital. Participaram os candidatos representantes de oito partidos com assento na Câmara dos Deputados: Celo Russomanno (PRB), Carlos Giannazi (PSOL), Fernando Haddad (PT), José Serra (PSDB), Gabriel Chalita (PMDB), Levy Fidelix (PRTB), Paulinho da Força (PDT) e Soninha Francine (PPS).

Na primeira pergunta, Fidélix indagou se Russomanno está preparado para governar a cidade. Serra e Haddad disseram que a eleição ainda não está definida. Paulinho declarou achar a pergunta “estranha”. Soninha, que nesse momento deu a resposta mais arguta, atribuiu a popularidade de Russomanno à exposição midiática durante muitos anos, e afirmou que ele foi subestimado, livrando-se das trocas de acusações.

Ao contrário de debates anteriores, nos quais ficou na defensiva e pouco agrediu, Fernando Haddad adotou postura mais afirmativa e polemizou com Serra. Por exemplo, quando Soninha, cujo partido é aliado do PSDB de Serra, perguntou ao petista por que Lula o escolheu para ser candidato, e não a ex-prefeita Marta Suplicy. A candidata do PPS aproveitou para emendar que Marta foi preterida e, sob “ordem de Lula”, trocando cargo por apoio (em alusão a sua nomeação ao Ministério da Cultura), veio a São Paulo apoiar Haddad. Este retrucou dizendo que a ex-petista estava sendo deselegante com a ex-prefeita e mulher Marta Suplicy. “Marta não recebe ordens”, disse Haddad. Mas, perguntada sobre que iniciativas de gestões passadas manteria se eleita, Soninha citou os corredores de ônibus criados na gestão da atual ministra da Cultura.

Haddad aproveitou para criticar Serra. Afirmou que foi escolhido por Lula “para não acontecer com o Senado o que aconteceu na prefeitura de São Paulo” (lembrando que o tucano renunciou à prefeitura em 2006 para se candidatar ao governo do estado), e atribuiu a “situação dramática” da capital ao fato.

Bastante questionado sobre o "namoro” com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o acordo com o deputado federal Paulo Maluf (PP), o petista respondeu, como em debates anteriores, que o PP faz parte da base de Lula desde 2004 e integra o Ministério das Cidades, e destacou que isso facilitará a chegada de recursos e projetos para São Paulo, o que não se dá hoje porque, segundo ele, não há boa vontade da prefeitura.

Quando pôde perguntar ao oponente do PSDB, o candidato do PT afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou a candidatura tucana e Serra achou normal. Se é normal, argumentou Haddad, por que Serra declarou que Dilma “meteu o bico” ao apoiar a candidatura do PT em São Paulo? Serra, adotando postura cautelosa, como de resto em todo o debate, respondeu que usou “uma expressão citada comumente” e que ela “não tem conotação agressiva”. Mas alfinetou falando que Dilma mexer no Ministério da Cultura em troca de Marta apoiar a candidatura Haddad é usar a máquina do governo. Na mesma fala, Haddad tocou num ponto sensível de Serra, dizendo que ele não agrega, remetendo ao descontentamento no próprio PSDB com seu candidato, considerado responsável pela divisão do partido.

Serra perguntou a Russomanno se ele pretende nomear integrantes da Igreja Universal caso seja eleito. O candidato do PRB garantiu que não, e demonstrou a habilidade usual: "não existe guerra religiosa em São Paulo. As religiões se respeitam", disse, declarando-se católico e lembrando que o Brasil é um Estado laico. Voltou a citar o ex-vice-presidente José Alencar, “fundador do PRB”, católico fervoroso".

O candidato do PSDB foi questionado pela bancada de jornalistas sobre a polêmica declaração de Fernando Henrique Cardoso, que recentemente afirmou haver “fadiga” em São Paulo em relação a seus governantes, o que causou mal estar nas hostes tucanas. “O eleitor está cansado do senhor?”, ouviu o tucano, e respondeu que FHC não disse isso. Sobre sua rejeição (46%, segundo o Datafolha) voltou a afirmar que a decisão se dá no dia da eleição.

O peemedebista Chalita foi inquirido sobre quem apoiaria no segundo turno, e não respondeu, garantindo ter certeza de que estará na disputa.

Gianazzi não poupou criticas e ataques a Chalita, Haddad e Serra. Disse que, contra as “alianças fisiológicas”, seu partido, o PSOL, está com o povo. “Defendemos a aliança com a população e a sociedade civil”. Ele defendeu a eleição direta para subprefeitos e o cancelamento da dívida da prefeitura.

A proposta mais excêntrica, de novo, foi de Fidélix. Ele propôs os motomédicos para resolver parte dos problemas da saúde.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"José Serra mente", diz Marta no Twitter


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) rebateu nesta terça-feira (4) no Twitter a ataque de José Serra (PSDB), em seu horário eleitoral, à gestão dela entre 2001 e 2004 como prefeita de São Paulo. Segundo Serra, ela deixou a prefeitura falida.

Há oito dias, Marta se engajou na campanha de Fernando Haddad e previu que o petista iria ao segundo turno com Russomanno.

Seguem as postagens de Marta no twitter e, abaixo delas, tal como postado no perfil da senadora, o documento citado por ela (“Balanço/2004, assinado por Mauro Ricardo, secretário de Finanças do Serra”).



1) José Serra mente. Usou de má-fé no passado e continua com o mesmo expediente. (segue)

2) Em janeiro de 2005 (Serra) poderia pagar todos os compromissos que venciam naquele mês porque dispunha de dinheiro em caixa (segue)

3) Deixamos na PMSP R$ 358, 6 milhões, p/ contas q somavam R$ 267, milhões. Superávit de + de R$ 91 milhões, segundo constatou o TCM (segue)

4) Serra tinha outros interesses políticos, fabricou o caos, deixou de pagar fornecedores, assustou credores, criou situações falsas (segue)

5) Serra deixou se formarem filas de gente desesperada à porta da Prefeitura. Mais prova de sua má-fé? (segue)

6) Serra arrecadou, até o final de junho de 2005, mais de R$ 7,42 bilhões, e teve despesas de pouco mais de R$ 5,15 bilhões. (segue)

7) Serra deixou + de R$ 2,27 bilhões investido no mercado financeiro, em meados de 2005. Poderia ter pago credores da PMSP. Fabricou caos!

Balanço/2004, assinado por Mauro Ricardo, secretário de Finanças do Serra, comprova: deixei R$ 358,6 milhões em caixa

http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/financas/contas-publicas/Balanco-Financeiro-2004.pdf

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pesquisas apontam tendência de Haddad e Russomanno se enfrentarem no 2° turno


Em coletiva concedida no centro de São Paulo, Haddad respondeu ataques de Serra

Muito parecidas, as pesquisas Datafolha e Vox Populi divulgadas hoje confirmam uma possibilidade de que falei aqui 12 dias atrás, a do tucano José Serra nem passar para o segundo turno.

 Elza Fiúza/ ABr
"Serra subestima capacidade do eleitor de compreender", diz petista

No Datafolha, Russomanno (PRB) se manteve com 31% das intenções de voto e Serra teve queda acentuada de cinco pontos, caindo de 27% para 22%. A boa notícia (melhor ainda) vem da vigorosa ascensão do petista Fernando Haddad, que foi de 8% para 14%. Seguem-se Gabriel Chalita (PMDB), com 7%, Soninha Francine (PPS), com 4%, Paulinho da Força (PDT), com 2%, Ana Luiza (PSTU) e Carlos Gianazzi (PSOL), ambos com 1%. Os demais não pontuaram.

A rejeição de Serra alcança a enorme marca de 43% dos entrevistados que dizem que não votariam de jeito nenhum no candidato.

No Vox Populi, Russomanno também tem 31%, e o tucano, 21%. E Fernando Haddad subiu seis pontos e aparece com 14%, como no Datafolha. Chalita tem 5%, Soninha, 4% e Paulinho da Força (PDT) tem 2% pelo Vox Populi.

Artilharia de baixarias

Resta-nos agora esperar para que lado vai apontar a artilharia de baixarias de Serra (para Haddad, para Russomanno?, para ambos?), que andou chamando a proposta de Bilhete Único mensal da campanha do PT de “bilhete mensaleiro”. Sobre baixo nível, o próprio petista deu uma resposta bastante eloqüente em entrevista coletiva hoje no centro de São Paulo.

Disse ele sobre os ataques ao bilhete mensal: “Não posso dizer que é desinformação, porque os tucanos são os primeiros a se orgulhar de conhecer o exterior. Se eles estão falando isso, não posso considerar que é por ignorância, porque eles vivem se regozijando de conhecer as cidades do mundo, e em qualquer lugar do mundo o bilhete de três horas convive com o bilhete semanal e o mensal”, disse Haddad.

A baixaria contra a proposta “é uma forma de subestimar a capacidade do eleitor de compreender”, afirmou, emendando: “Será que a campanha do Serra não é capaz de compreender uma ideia que funciona em toda grande cidade do mundo?”

Na coletiva, Fernando Haddad disse também que, se eleito, vai criar a Secretaria das Mulheres, que “teria uma atuação junto às demais pastas no sentido de estabelecer politicas próprias para as mulheres de São Paulo”, tais como melhorar o serviço oferecido pelas creches, combater a violência doméstica, entre outras.

A matéria sobre a entrevista coletiva está neste link da Rede Brasil Atual.

A nota a lamentar foi o julgamento que culminou com a condenação de João Paulo Cunha no STF. Cunha foi condenado por uma prática, o uso do caixa 2, que todos os partidos e candidatos fortes sempre fizeram antes dele na história recente da democracia brasileira.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Datafolha mostra mais nuvens escuras no cenário de José Serra


Antonio Cruz/ABr
Semana passada, após pesquisa do Ibope, postei aqui que “Serra pode nem ir ao segundo turno”. Hoje, após divulgada nova pesquisa Datafolha segundo a qual o tucano caiu três pontos percentuais desde a última pesquisa (de um mês atrás) e está atrás de Russomanno (31% x 27%), até o Josias de Souza já discute essa possibilidade.

Haddad tem 8%, segundo o Datafolha (pesquisa muito parecida à do Ibope), mas como a margem de erro é de três pontos, o petista poderia estar com 11%, como Serra com 24% ou 30% (esta última hipótese é muito improvável, devido ao quadro geral e evolução dos números). Margem de erro é sempre uma desculpa justificável para distorções quase injustificáveis em pesquisas eleitorais, e duvido que algum eventual erro favoreça Haddad.

Além disso, o enorme crescimento da rejeição a Serra na pesquisa Datafolha (subiu de 32% para 38%) indica que o cenário está ficando sinistro para o candidato que muitos identificam com o personagem do livro de Bram Stoker.

É óbvio que a tendência de crescimento de Haddad vai se confirmar com a propaganda na TV, que começou hoje para vereadores, mas não tive tempo de assistir.

É preciso ver que estratégia Russomanno vai adotar: diante do cenário, vai se manter impávido tentando passar uma imagem superior diante dos que estão atrás, até porque sua rejeição é de apenas 12%? Vai atacar Serra, tentando derrubar o tucano mais ainda? Ou vai atacar Haddad?, sabendo que (penso eu) o embate com o petista deve ser mais difícil do que com Serra no segundo turno, não só pela grande rejeição do homem que rachou o PSDB paulista como também pelo apoio de Lula ao ex-ministro da Educação, que tem baixa rejeição (15%).

Além de tudo, o “apoio” de Alckmin a Serra vai ser com aquele mesmo entusiasmo efusivo com que Aécio Neves “apoiou” o próprio Serra em 2010. E a estreita ligação com Kassab deve escurecer ainda mais as nuvens que pairam em torno de José Serra.

Embora disfarce, Alckmin apoia Chalita, que tem 6% nas intenções de voto e 11% de rejeição. Na semana passada, militantes do PSDB, como o presidente do diretório zonal do partido no Jabaquara, Milton Kamiya, e seu vice, Rômulo Santos, declararam apoio a Chalita, o que sem dúvida não é por acaso. “Sou tucano, voto Chalita", mostravam as inscrições nas camisetas dos descontentes. "Dizem que o PSDB é um partido de elite, e, hoje, infelizmente, é mesmo”, afirmou Kamiya na ocasião, para justificar o abandono do barco de José Serra.

sábado, 2 de junho de 2012

Tucanos estão assombrados com Lula


Valter Campanato/ABr
De fato, o minguante PSDB está assombrado com a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presença de Lula com Fernando Haddad no programa do Ratinho causou tamanha indignação nas hostes tucanas que me fez lembrar um episódio durante a campanha eleitoral de 2010.

Estávamos em um táxi, reta final da campanha presidencial. O motorista, um nordestino da Paraíba (não lembro de que cidade) era caladão. Carmem mencionou a eleição, querendo saber dele em quem votaria. Um pouco relutante, disse que ia votar na Dilma. Sua relutância, percebemos depois, era porque não queria polêmicas (ou, quiçá, arrogância tucana) dentro do seu táxi. Pois foi só falarmos que nós também íamos votar em Dilma Rousseff que ele desatou a falar. “Eu voto em quem o presidente mandar”, disse. “E olha, se estiver difícil em 2014 e o homem se candidatar, nem o diabo pode com ele”. E depois explicou que nunca um presidente tinha “olhado pelo povo” do nordeste como Lula. “Onde eu morava não tinha nem luz, e agora tem. As pessoas têm geladeira, televisão”, explicou.

O tucanato, os kassabistas e os demos não sabem como esconder seu pavor pela presença de Lula na campanha de Haddad, cuja candidatura foi lançada oficialmente neste sábado. Porque sabem que não há cabo eleitoral mais poderoso do que Lula.

PPS (o partido da Soninha Francine) e PSDB disseram que entrarão com representação na Justiça contra o PT, o ex-presidente Lula e o SBT por propaganda eleitoral antecipada em favor do pré-candidato à prefeitura paulistana, pela participação no programa do Ratinho.

 Gozado que eles não reclamam de coisas sórdidas como as capas de Veja, com seu jornalismo marrom estilizado que chega a um milhão de assinantes, ou da tal revista Free São Paulo, distribuída aos milhares pela cidade esta semana fazendo ilações entre a morte de Celso Daniel e o PT, e que já anuncia que a campanha este ano vai ser uma baixaria.

De resto, os líderes tucanos acusam o golpe que representa a presença de Lula na campanha de Haddad. É só entrar na página do PSDB na internet para constatar isso. O edificante “Sérgio Guerra critica postura antidemocrática de Lula”. Ou Aécio Neves, um líder mais importante do que o fanfarrão Guerra, afirma: “As últimas declarações do presidente Lula só acentuam a necessidade de retorno do PSDB para garantir a liberdade de imprensa e o respeito às instituições”, afirmou ele, sobre a presença de Lula no Ratinho, quando o ex-presidente afirmou que “não permitirá” a volta dos tucanos à presidência da República. Só mesmo rindo da luta tucana para “garantir a liberdade de imprensa e o respeito às instituições”.

O mais engraçado e irônico é que, ao entrar na homepage do partido de José Serra, me deparei com um aviso do Windows no alto da página, que avisava numa tarja amarela: “Esta página possui conteúdo suspeito”. E dava duas opções: “Não carregar (recomendado). Carregar mesmo assim”.

Não me culpem nem acusem de nada, por favor. Vão reclamar com o Bill Gates.

Clique na imagem para ampliar